einstein (São Paulo). 01/abr/2011;9(2 Pt 1):165-72.

Sobrecarga de ferro em pacientes talassêmicos brasileiros

Reijane Alves de , Fernando Uliana , Laércio Alberto , Alexandre Henrique C. , Cesar Higa , Sandra Regina , Aderson da Silva , Antonio Fabron , Mônica Pinheiro de Almeida , Giorgio Roberto , Merula A. , Claudia Angela Galleni Di Sessa , Breno Pannia , Sandra Saemi , Michelli da Silva , Fernando , Ronaldo Hueb , Marcelo Buarque de Gusmão , John C. , Andreza Alice Feitosa , Nelson

DOI: 10.1590/S1679-45082011AO1897

RESUMO

Objetivo:

Avaliar o acúmulo de ferro em diferentes órgãos por meio da ressonância nuclear magnética T2* e correlacionar os resultados aos níveis de ferritina sérica, ferro plasmático lábil e outros órgãos envolvidos.

Métodos:

Foram avaliados retrospectivamente 115 pacientes talassêmicos (sendo 65 mulheres). A concentração hepática de ferro foi determinada em biópsia de 11 pacientes; os resultados foram comparados com os valores de T2* fígado.

Resultados:

a ferritina sérica média foi de 2.676,5 +/- 2.051,7 ng/mL. O ferro plasmático lábil foi anormal (> 0,6 Unidades/mL) em 48/83 pacientes (57%). A média dos valores de T2* no fígado foi 3,91 ± 3,95 ms, sugerindo siderose hepática em 92,1% pacientes. A média do T2* cardíaco foi de 24,96 ± 14,17 ms e 36% dos pacientes apresentavam siderose cardíaca (T2* < 20ms), dos quais 19% (22/115) já apresentavam sobrecarga cardíaca grave (T2* < 10 ms). A média de T2* no pâncreas foi de 11,12 ± 11,20 ms, perfazendo um total de 83,5% de pacientes com sobrecarga de ferro pancreático (T2* < 21 ms). Houve correlação significativa, curvilínea e inversa entre T2* fígado e a concentração de ferro hepática (r = −0,878; p <0,001) e correlação moderada entre T2* pâncreas e T2* miocárdio (r = 0,546; p <0,0001).

Conclusão:

Uma elevada taxa de acometimento hepático, pancreático e cardíaco por sobrecarga férrica foi demonstrada. Os níveis de ferritina não puderam prever sobrecarga de ferro hepático, cardíaco ou pancreáticos medidos por meio da ressonância nuclear magnética T2*. Não houve correlação entre a sobrecarga de ferro no fígado, pâncreas e miocárdio, nem entre a ferritina e os níveis plasmáticos de ferro sérico e os valores de T2* no fígado, coração e pâncreas.

Sobrecarga de ferro em pacientes talassêmicos brasileiros
Ir para o conteúdo