einstein (São Paulo). 22/nov/2021;19:eAO6770.
Descarte de fígados de doadores no Brasil: como otimizar sua taxa de utilização em transplantes?
DOI: 10.31744/einstein_journal/2021AO6770
RESUMO
Objetivo:
Compreender a percepção dos profissionais acerca do uso de fígado de doadores falecidos para transplante e os motivos para sua recusa, além de propor estratégias para ampliar sua utilização com segurança.
Métodos:
Estudo do tipo transversal, descritivo qualiquantitativo.Profissionais que trabalhavam com transplante hepático responderam a um questionário autoaplicável, estruturado e eletrônico, composto de 17 questões distribuídas em quatro seções (fatores demográficos, percepção sobre a utilização dos órgãos, razões para o descarte e medidas para favorecer sua utilização).
Resultados:
Participaram do estudo 42 profissionais. A taxa de utilização dos órgãos foi considerada baixa por 71,43% (n=30) dos respondentes ou muito baixa por 19,05% (n=8). Todos concordaram que era possível aumentá-la. Trinta e um (73,81%) participantes acreditavam que a expansão da população de doadores de critérios estendidos impacta negativamente nesse índice. Condições relacionadas ao doador foi a categoria mais frequente de razões para a recusa de um fígado para transplante, sendo os achados durante a cirurgia de extração o motivo mais frequente na prática clínica. O melhor treinamento das equipes da terapia intensiva nos cuidados com os doadores foi a principal medida selecionada para favorecer a utilização dos órgãos, seguido pelo investimento em novas tecnologias para otimizar sua preservação/avaliar sua função antes do transplante.
Conclusão:
A efetivação de estratégias para aumentar a taxa de aceite de fígados de doadores é aguardada. Melhorias no cuidado intensivo do doador e a implementação de novas tecnologias de preservação devem favorecer a utilização desses órgãos.
Palavras-chave: Transplante de fígado; Obtenção de tecidos e órgãos; Preservação de órgãos; Perfusão/métodos
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