einstein (São Paulo). 11/nov/2021;19:eAO6584.

Violência cometida pelo parceiro íntimo: estudo observacional com mulheres atendidas no Sistema Único de Saúde

Kennya , Victor , Maria , Caio Parente

DOI: 10.31744/einstein_journal/2021AO6584

RESUMO

Objetivo:

Verificar a prevalência dos tipos de violência sofridos por mulheres e identificar as atitudes de gênero em relação a eles.

Métodos:

Estudo descritivo, observacional com a participação de 343 mulheres atendidas no Sistema Único de Saúde em uma cidade no nordeste brasileiro. Todas as participantes eram voluntárias e estavam presentes em uma Unidade Básica de Saúde para realizar algum atendimento médico. As participantes preencheram o questionário World Health Organization Violence Against Women e responderam a um questionário sociodemográfico.

Resultados:

As vítimas tinham, em média, 20,3 anos de idade, e 53,2% eram casadas. Houve prevalência de 52,9% de violência psicológica, 30,5% de violência física e 12,3% de violência sexual. As participantes indicaram como disparadores de violência a bebida (67%) e o ciúme (60,8%). Os principais abusos psicológicos foram insultos e humilhação; os físicos foram empurrões e tapas, e os sexuais foram relação sexual contra a vontade da mulher e por medo do parceiro. Uma parcela das participantes justificou a violência sofrida com a infidelidade da própria mulher, a recusa em manter relações sexuais e a desobediência ao marido.

Conclusão:

A educação em igualdade de gênero como medida de contraposição à cultura de subjugo feminino pode refletir na ressignificação da violência sofrida e na não culpabilização da própria vítima de violência pelo parceiro íntimo.

Violência cometida pelo parceiro íntimo: estudo observacional com mulheres atendidas no Sistema Único de Saúde
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