einstein (São Paulo). 17/jun/2019;17(3):eED4979.

O papel do médico frente à medicina de precisão

Tatiana Ferreira de

DOI: 10.31744/einstein_journal/2019ED4979

Todos os dias, médicos se deparam com diagnósticos e tratamentos idênticos, que geram desfechos diferentes. Ser capaz de individualizar os cuidados é um desejo antigo da medicina. Neste contexto, a medicina de precisão leva em consideração a variabilidade genética individual, os fatores ambientais e o estilo de vida, para encontrar as melhores abordagens terapêuticas e de prevenção para grupos específicos de indivíduos.() Há aproximadamente 15 anos, a discussão sobre medicina de precisão tomou um novo rumo com as novas tecnologias computacionais e os avanços em biologia molecular, que possibilitaram um crescimento exponencial na quantidade de dados.()

Classicamente, o indivíduo busca ajuda do médico quando ele sai de seu estado de saúde habitual. O médico recolhe as informações e, baseado nos achados clínicos e em seu conhecimento técnico e pessoal, toma as decisões quanto ao tratamento e às medidas de prevenção para o indivíduo. Em um cenário que inclua a medicina de precisão, as informações clínicas são coletadas no prontuário eletrônico desde o nascimento; suas redes sociais indicam hábitos e estilo de vida; seus dispositivos eletrônicos monitoram sinais vitais e deslocamentos a todo segundo; o genoma completo traz 2 milhões de variantes diferentes, além da possibilidade de ampliação dos omics, com transcriptoma, metaboloma e microbioma. Todas essas informações serão processadas em algoritmos matemáticos e usadas para estabelecer os padrões e determinar os tratamentos e medidas preventivas. Da mesma forma que o algoritmo reconhece cães e gatos em fotos, ele poderá identificar os grupos de recém-natos em risco para hipertensão, diabetes e autismo, por exemplo.()

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O papel do médico frente à medicina de precisão
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