einstein (São Paulo). 25/nov/2021;19:eGS5625.

Epidemiologia e custos do tratamento cirúrgico da displasia do desenvolvimento do quadril no Sistema Único de Saúde em uma década

Bruno Gonçalves Schröder e , Bruno Marinho Coelho , Higor Pereira , Mário Círio , Valdeci Manoel de , Alfredo

DOI: 10.31744/einstein_journal/2021GS5625

RESUMO

Objetivo:

Descrever e analisar a epidemiologia e os custos do tratamento cirúrgico da displasia do quadril no Sistema Único de Saúde.

Métodos:

Estudo ecológico analítico da série temporal e distribuição geográfica dos casos de tratamento cirúrgico da displasia no Brasil. Foram avaliadas: frequências, taxas de casos e fatores de associação. Taxas de correlação, mapas de frequência e fluxos são apresentados e discutidos.

Resultados:

No período, foram internados 14.584 pacientes com displasia segundo o Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. Os pacientes receberam tratamento hospitalar específico para displasia em 8.592 casos (custo médio de R$ 2.225,50 por internação), com custo de R$ 19.124.086,25 (valores atualizados). Nesse grupo, o tempo médio de internação foi de 4,41 dias (desvio-padrão de 2,39 dias) e a mortalidade foi de 0,046%. Idade de 1 a 4 anos (37,7%), sexo feminino (64,5%) e raça branca (46%) foram as mais frequentes. Maiores taxas de especialistas (R²=0,82; p<0,001), maior proporção de municípios com desenvolvimento humano alto/muito alto (R²=0,79; p<0,001) e maior renda per capita (R²=0,68; p<0,001) foram relacionadas a maiores taxas de tratamentos realizados por mil nascidos vivos (por estado do tratamento). O fator mais relacionado à taxa de tratamentos realizados por mil nascidos vivos (conforme o estado de residência) foi a raça branca (R²=0,90; p<0,001). Estados do Sul tiveram as maiores taxas de tratamentos (por estado de residência, com taxa de 0,73/1.000), e os do Sudeste a maior frequência absoluta de casos (46,7%) e o maior influxo de pacientes.

Conclusão:

O tratamento cirúrgico para displasia do quadril no Brasil é frequente, gera custos relevantes e é distribuído de forma heterogênea e desigual no Sistema Único de Saúde. Estados do Sul tem a maior incidência de casos, e fatores raciais e socioeconômicos estão associados. Não houve grande variação na frequência de casos no período.

Epidemiologia e custos do tratamento cirúrgico da displasia do desenvolvimento do quadril no Sistema Único de Saúde em uma década
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