einstein (São Paulo). 01/jan/2016;14(1):vii-xiv.
Ciências do comportamento na prática clínica
DOI: 10.1590/S1679-45082016ED3647
Suponha que você tenha uma paciente sentada a sua frente. Uma senhora de 58 anos, que trabalha muito e relata um alto nível de estresse diário. É hipertensa, tabagista há mais de 30 anos, está acima do peso e não faz atividades físicas regularmente. Queixa-se de dor lombar e dificuldade para dormir. Como profissional de saúde, você quer ajudá-la. Um dos principais objetivos é abordar os fatores de risco para doença cardiovascular, mas também considerar o quadro agudo. Nesse momento, você poderia simplesmente seguir as diretrizes, e aconselhá-la sobre os benefícios da atividade física, da perda de peso, de uma alimentação saudável e da redução do consumo de sódio, além de dar informações sobre riscos da doença cardiovascular aterosclerótica e prescrever medicações com base em evidências científicas.
Mas será que essas recomendações surtiriam efeito? Você deve discutir todos esses assuntos com a paciente, selecionar alguns, ou deixar que ela conduza a conversa? Ela seguirá suas recomendações? Como você poderá saber? Quais os incentivos e desfechos cabíveis, em relação a cumprir ou não as diretrizes? Há outras variáveis que devam ser incluídas nessa equação?
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