einstein (São Paulo). 15/dez/2021;19:eED6447.
Barreiras de acesso e permanência na universidade: um olhar
DOI: 10.31744/einstein_journal/2021ED6447
A SITUAÇÃO ATUAL NAS AMÉRICAS E NA EUROPA
A América Latina melhorou o acesso à educação superior (em universidade) por meio da adoção de estratégias diferentes, como investimentos em universidades públicas, bolsas para estudantes e acesso a crédito para pagamento de educação superior.( )Por meio de tais ações, o Equador aumentou o acesso ao ensino superior para 55,56%, quantidade e taxa de inscrição para 31,86% e 21,23%, respectivamente, após ter sido considerado o país com menor taxa de acesso e qualidade educacional.( )A Argentina, hoje reconhecida por seu sistema de alta qualidade e de acesso gratuito irrestrito a sua população a educação, também melhorou seus índices.( )Porém, na contramão, países como Colômbia, Equador e Brasil atualmente oferecem educação gratuita, mas não garantem acesso a toda população, devido à falta de orçamento. Por esse motivo, as universidades possuem um exame de admissão para alocar as vagas gratuitas, que reforça essas diferenças, já que os melhores e mais bem preparados estudantes nem sempre pertencem às famílias de baixa renda.( )
Além disso, mesmo se o acesso ao ensino superior fosse melhorado nas Américas, o número de estudantes que obtém formação superior seria muito baixo. Na América Latina, as taxas de evasão do ensino superior somam 57%. Os níveis mais altos podem chegar a 82% em países como a Guatemala, e os mais baixos a 40% em países como Argentina. Em países desenvolvidos, como Espanha e Estados Unidos, a porcentagem de evasão não é tão diferente: cerca de 30% a 50%. Em países europeus, como Alemanha e Finlândia, essa mesma taxa varia de 10% a 25%.( )Enquanto parece não haver grandes diferenças nas taxas de evasão entre América do Norte e América Latina, existem diferenças importantes em relação ao acesso à educação superior. Essas diferenças podem ser explicadas parcialmente por outros fatores, como, por exemplo, o investimento de grandes empresas no ensino superior (universidade e faculdades) ser mais significante em países desenvolvidos do que em nações em desenvolvimento.( )Durante a grande recessão, o investimento foi reduzido, e muitas faculdades e universidades mudaram o sistema de bolsa baseada em necessidade para um sistema de bolsa baseada em mérito. Além disso, os serviços de apoio aos estudantes também foram reduzidos, afetando principalmente aqueles provenientes de famílias carentes.( )
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