einstein (São Paulo). 21/out/2020;18:eCE6146.

Número de pacientes classificados como curados da COVID-19: um perigo iminente para a população

Marcos Roberto , Stefano , Lorenzo Ferro

DOI: 10.31744/einstein_journal/2020CE6146

Caro Editor,

Diversos estudos têm sido conduzidos destacando a gravidade de muitos casos da doença pelo coronavírus 2019 (COVID-19).() Contudo, os critérios adotados até então por muitos países, como o Brasil, com respeito à evolução para cura de pacientes assintomáticos ou com sintomas leves, podem representar riscos, devido a algumas limitações para o monitoramento da evolução da infecção. A recomendação atual, nesses casos, prevê a realização de testes laboratoriais confirmatórios de cura apenas para os casos graves da doença. Os casos de pacientes com sintomas leves ou assintomáticos, mesmo com confirmação laboratorial para o diagnóstico inicial, seguem, na maior parte das vezes, apenas critérios clínicos para estabelecimento de classificação final como cura, com base geralmente em relatos dos pacientes.() Diante da possibilidade de persistência dos sintomas de forma intermitente em pacientes com sintomas leves por período superior a 14 dias() e da inviabilidade de prover critérios clínicos adequados para avaliação de casos assintomáticos, o número de curados no mundo pode estar consideravelmente superestimado. Além disso, pessoas assintomáticas ainda não curadas podem estar retornando aos seus postos de trabalho e às atividades de rotina, colocando em perigo grande parte da população.

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Número de pacientes classificados como curados da COVID-19: um perigo iminente para a população
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